Quem é ela?
Hoje trouxe para vocês mais uma linda obra de Taila Ueoka que eu perfeitamente me encaixo na resposta do título, tomei até a liberdade de trocar a foto original por uma minha *-*
" Ela é mais que um sorriso tímido de canto de boca,
dos que você sabe que ela soube o que você quis dizer.
Ela fala com o coração e sabe que o amor,
não é qualquer um que consegue ter.
Ela é a sensibilidade de alguém que não entende o que veio fazer nessa vida,
mas vive... "
(Caio F.)
Ela tem um sorriso engraçado.
E eu nunca tinha a visto chorar. Não daquele jeito, aos soluços.
Ela chora trancada no quarto. E se esconde do mundo. Porque acha que chorar é para os fracos. Ela pensa que se perdeu. E acha que por não saber o que quer, nunca vai chegar a lugar algum. Aliás, pensa que está parada no mesmo lugar há muito tempo, andando em círculos.
Ela acha que é melhor viver sozinha, e vive inventando fórmulas para que a solidão não doa tanto assim. Nada funciona.
Do amor e da vida, ela não sabe nem a metade. Mas ainda tem muito tempo pra aprender.
Já não tem desilusões nem sobre amizades, nem sobre amores.
E quem vê pensa que ela ainda não teve tempo pra se iludir e se decepcionar, no entanto ela carrega consigo o fardo de não conseguir perdoar certas coisas.
Quando conhece uma pessoa, ela examina, conversa, investiga, e espera. Porque ela nunca se convence na primeira conversa.
Ela gosta de pessoas. Mas precisa de tempo pra aprender a gostar delas, ou então pra perceber que o santo realmente não bate.
Provavelmente as pessoas também não gostem dela num primeiro momento, nem num segundo, nem num terceiro. E ela não se importa, pois sabe que com o tempo o feio se torna bonito, e o bonito se torna feio.
Ela fala demais até quando o momento não pede palavras, e fala muita coisa inútil.
Quem fala demais perde momentos.
E quando precisa falar, emudece, e se tenta dizer algo, gagueja, e se gagueja fica nervosa. E ri quando fica nervosa. E rói unha quando fica nervosa.
Ela não pode ficar nervosa.
Ela pensa em fugir sempre que algo dá errado. Em fazer as malas e enfrentar a estrada, e o desconhecido, e o futuro. Mas ela tem medo da estrada, do desconhecido e do futuro. Ela já os encarou e não gostou.
Ela tem um apego desmedido às coisas banais. Ela tenta andar em linha reta. Ela não gosta de sair da linha. E não gosta de errar, nem de perder. Aprendeu que não se pode errar, e que perder é para os fracos.
Mas e se ela não errar, quer errará por ela?
E se ela não perder, quem perderá por ela?
Há momentos em que errar é necessário, e em que perder é ganhar muito mais.
Mas na loucura de querer sempre acertar, sempre ganhar, sempre fazer com que os outros se orgulhem, ela se desdobra, e se cobra, como se tivesse que ser perfeita.
Da perfeição ela passa longe. Bem longe. E ela sabe bem disso. E então se frustra.
Quando pensa é uma, quando age é outra.
Ela sente tudo em excesso, ou ama demais, ou odeia demais. Ou quente, ou frio. O morno não lhe agrada.
Ela sabe que foi o tempo que ela dedicou às pessoas que estão ao seu lado que fez com elas se tornassem tão importantes assim.
Tempo.
E ela não quer envelhecer. Ela morre de medo do tempo. Que passa, e passa, e passa. E vai tirando um pouco de vida da gente. Ela é a mesma criança de sempre, com as mesmas manias e manhas, e a mesma imensa vontade de nunca crescer. Mas se for preciso ela também sabe ser mulher. É difícil alguém conseguir fazer com que ela perca a paciência e desça do salto. Alguém já viu ela descer do salto? Provavelmente não.
Quem a vê apanhando da vida, duvida que ela vá revidar. Mas ela está aguardando. Ela não tem pressa. Ela sempre esperou por tanta coisa (ela ainda espera por muita coisa). E espera que a vida um dia mude. E não faz nada pra tentar mudá-la. Até que ela se arrependa das coisas como estão, e chore desesperadamente aos soluços. E eu fique sem saber o que fazer. E logo eu que nunca tinha visto ela chorar. Não desse jeito. Eu prefiro o seu sorriso engraçado..."
Extraído do blog "Borboletas no Aquário"
Data: Dezembro de 2009
Por: Taila Ueoka
Visitem o blog...Eu indico *-*
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